Mais de 200 caminhões levam 14.000 bovinos para navio rumo à Turquia.


A mega operação inicia com mais de 200 caminhões para transportar 14 mil bovinos da Agrobetel, de Ibitinga (SP) para o porto de São Sebastião, de onde seguiram de lá para a Turquia. Confira o vídeo que mostra os detalhes da exportação de gado vivo


StartAgro

23/07/2024 5 min de leitura

A exportação de gado vivo no Brasil está crescendo, desde 2010 atendeu a 41 países, com 6,5 milhões de cabeças. Até maio deste ano, o Brasil exportou cerca de 219 mil cabeças, um aumento de 28,7%, quando comparado ao mesmo período de 2023. O faturamento está em US$178,6 milhões, aumento de 40,3%, na mesma comparação. Esse mercado, tido como um dos grandes pilares do setor pecuário mundial é também o foco da AgroBetel, uma das gigantes brasileiras do Agro.Conforme apurado pelo Star agro, com exclusividade, uma mega operação inicia com mais de 200 caminhões para levar 14.000 bovinos da Agrobetel, de Ibitinga (SP) para o porto de São Sebastião, onde seguiram de lá rumo a Turquia – o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil nesse modelo, com cerca de 369,5 mil cabeças importadas em 2023. Confira o vídeo que mostra os detalhes da exportação de gado vivo!
Segundo as informações da empresa responsável pela quarentena dos animais, a AgroBetel, esse embarque representa a pujança do mercado de exportações de gado vivo no Brasil. “É um momento de grande expectativa que se concretiza a cada caminhão que segue embarcando os animais com destino ao Porto de São Sebastião, onde está o navio que segue posteriormente pra Turquia“, disse a empresa. A empresa, que é uma das líderes do mercado neste seguimento, possuí outras unidades de Estação de Pré

Embarque (EPE). Em conversa exclusiva com, Filippo Zonno Pinto da Costa, que é filho do proprietário e gerente administrativo da AgroBetel, explicou um pouco como vai funcionar o embarque desses bovinos pelo Porto de São Sebastião, interior de São Paulo. O porto já foi destaque aqui no Portal, com grandes envios de bovinos vivos e, hoje, tem se tornado o maior nesse modelo de embarques no Brasil.

Conforme informou Felippo, o volume de animais é grande e a logística precisa ser muito bem definida para que as operações ocorram de forma correta e sempre com foco no bem-estar, animal e operacional dos envolvidos nos trabalhos que, segundo ele, mantém um ritmo acelerado com os embarques ocorrendo de forma contínua, mesmo durante a noite.

“A expectativa é que esse embarque deve acontecer com uma duração de 36 horas, garantindo que os animais sejam embarcados e transportados de forma tranquila e respeitando a legislação e bem-estar. Os trabalhadores vão alternando suas funções em diversos turnos, garantindo que a operação não pare”.

Ainda segundo ele, conforme é possível ver no vídeo abaixo, o volume de caminhões garante a rapidez na operação, já que os caminhões precisam se deslocar até o porto onde está o navio e realizar o desembarque, por isso, apenas alguns conseguem fazer mais de uma viagem. “Ao todo, para essa movimentação da carga, estão sendo utilizados pouco mais de 200 caminhões boiadeiros, que vão realizar a ‘puxada’ [termo utilizado para transporte dos animais] de 351 cargas [vivas] até o Porto”, destacou Felippo durante nossa entrevista

Além disso, ele ressalta o envolvimento de cerca de 90 pessoas trabalhando para que toda a operação da exportação de gado vivo finalize até o dia 25, data prevista para que o navio siga rumo a Turquia. “São 90 trabalhadores, cada um com sua função e turno, para que as operações ocorram da forma como foi programado. Esse é um momento de grande ‘tensão’, mas de muito orgulho para a AgroBetel”, ressaltou o gerente.

Veja o vídeo no Instagram AgroBetel

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Estrutura da AgroBetel 

Ao todo são três Estações de Pré-Embarque (EPE) dentro da propriedade que possuem uma distância de dois quilômetros entre elas. Dessa forma, as estações são divididas em: A mais nova, com capacidade para 14.000 bovinos, A segunda, com uma capacidade para 6.000 bovinos, A terceira, e a primeira da fazenda, que tem uma capacidade de 3.000 bovinos.

“Então arredondando os números, é seis e pouquinho, dois e oitocentos, a outra é seis e trezentos, mas o total dá vinte e três mil animais que é a capacidade”, pontuou ele.

Os EPEs são os locais onde os animais permanecem em quarentena para o cumprimento das medidas sanitárias exigidas pelos países importadores. Lá, servidores do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) acompanham desde a abertura da quarentena e o trato dos animais, até o encerramento, quando eles já cumpriram as exigências e estão prontos para o início da viagem.

Os cuidados e observação relativos ao bem-estar animal começam bem antes do embarque, ainda nos chamados Estabelecimento Pré-Embarque (EPEs), também com a supervisão da equipe.

O trabalho é feito por auditores fiscais federais agropecuários e agentes de atividades agropecuárias de duas áreas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa: o Departamento de Saúde Animal (DSA) e a Coordenação Geral da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).

Bem-estar animal

O Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) entende o bem-estar animal como a sanidade física e mental deles. É preciso que os animais estejam sãos, cômodos, bem alimentados e em segurança, podendo expressar seus comportamentos naturais. Eles não podem passar por situações desagradáveis como dor, medo e desassossego.

O Código indica também condições mínimas para o bem-estar animal, conhecidas como as cinco liberdades: viver livre de fome, sede e desnutrição; livre de medo e angústia; livre de desconforto físico e térmico; livre de dor, lesões e doenças; e livre para manifestar o comportamento natural.

O Mapa atua para que as ações de bem-estar ocorram em todas as fases desse processo da exportação de gado vivo. Também capacita todos os envolvidos no manejo animal. Para se ter uma ideia, na área portuária a fiscalização começa com a vistoria da embarcação, para checar se está apta a receber os bovinos, proporcionando as cinco liberdades.

Alimentação e água devem estar disponíveis para todo o percurso, além de equipamentos para abastecer os reservatórios e para promover a ventilação e oxigenação adequadas. Também é fiscalizado o espaçamento horizontal e vertical onde os animais ficarão, as baias hospitalares, o uso de pisos antiderrapantes e a ausência de objetos perfurocortantes. É obrigatório que haja farmácia a bordo e um planejamento para isolar decks, caso alguma patologia transmissível ocorra durante a viagem.

 

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